Ruinas do Montinho das Laranjeiras
Quando em 1876 as águas do Rio Guadiana subiram a um nível nunca antes visto e voltaram ao seu caudal normal deixaram a descoberto ruínas que eram completamente desconhecidas.
Foi assim que a comunidade científica tomou conhecimento desta importante “Villa” Romana, identificada e escavada nessa época por Estácio da Veiga, localizada na margem direita do rio Guadiana junto à população de Montinho das Laranjeiras e à estrada municipal nº 507, a cerca de 6 km a sul de Alcoutim. O esquecimento voltou a encobrir o local até 1990, ano em que o Professor Justino Maciel iniciou a reescavação do sítio arqueológico, que Hélder Coutinho assumiu a partir do ano 2000.
Este sítio arqueológico foi fundado no século I a.C. e teve ocupação contínua até ao fimm do período islâmico, altura em que parece ter sido abandonado. A sua localização proporcionou o estabelecimento de trocas comerciais com mercadores que sulcavam o rio até Mértola e propiciou a sua contínua ocupação nas épocas romana, visigótica e islâmica, cuja prova reside nas estruturas existentes; a pars fructuaria, a ecclesia e os buyut, respetivamente.
Aproveitando a investigação arqueológica, feita no âmbito académico, o Município de Alcoutim levou a efeito a execução do Projeto de Recuperação e Valorização das Ruínas do Montinho das Laranjeiras, da autoria do Arquiteto Victor Brito. Este projeto de valorização contemplou o restauro das estruturas arqueológicas, a consolidação e o alteamento das estruturas, com pedra da região e argamassas idênticas aos originais, a criação de um percurso de visita com painéis informativos, a vedação do recinto, parque de estacionamento e a edificação de uma torre de observação em madeira. A estação arqueológica Ruínas do Montinho das Laranjeiras foi inaugurada a 9 de setembro de 2005, pela Diretora Regional de Cultura do Algarve, Teresa Pimpão.
A estação é um complemento à visita ao Núcleo Museológico de Arqueologia e é de acesso e visita livres, mas também podem ser efetuadas visitas guiadas para grupos mediante solicitação atempada ao município.