Castelo Velho de Alcoutim

O Castelo “Velho” de Alcoutim localiza-se a cerca de 1km a norte da vila num cerro sobranceiro ao Guadiana, implantado no prolongamento da formação geológica de Mértola Pomarão, em plena Falha do Brejo, que apresenta áreas filito-quartzíticas e do complexo vulcano-sedimentar.

As escavações efetuadas pela Professora Helena Catarino nesta forticação permitiram reconhecer várias fases de ocupação, centradas entre os séculos VIII/IX e XII/XIII, podendo, contudo, ter antecedentes na Antiguidade tardia / época visigótica. A topografia do terreno revela três linhas de muralhas, duas definidas pelas escavações, sendo a terceira, na plataforma inferior, apenas percetível por taludes de terra. Os dois recintos amuralhados que foram identificados definem plantas retangulares, de traçado retilíneo regular, que fecham na encosta mais abrupta do cerro, voltada a sul para o Barranco e o Cerro da Mina.

A coroar o cabeço está o fortim superior, que correspondia ao alcácer, cujas muralhas são defendidas por torres maciças, de planta retangular e quadrangular. A entrada, no ângulo sudeste, está voltada para o Guadiana e era, inicialmente, defendida por uma torre, posteriormente remodelada em grande torreão de planta em L, de modo a formar um cotovelo exterior. A entrada fazia-se por um corredor, em rampa, tendo a meio um pequeno átrio, que serviria de sala de armas. No interior foram identificados três pátios, uma cisterna, arruamentos e um conjunto de habitações: cozinhas com lareiras, dois compartimentos que podiam ser armazéns e pequenas salas que seriam alcovas.

A segunda linha de muralhas limita um espaço retangular, que fecha as encostas do cabeço, estando o tramo sul parcialmente sob a muralha do fortim/alcácer, que se lhe sobrepõe. Estas muralhas encontram-se bastante destruídas, mas conservam algumas torres quadrangulares nos tramos norte e sul. A porta situa-se na vertente voltada para o Guadiana e estava, numa primeira fase, protegida por duas torres laterais, a que se acrescentou um antemuro, para tornar a entrada em cotovelo. Do lado direito da entrada destaca-se um edifício isolado pequena mesquita -, que se sobrepõe a construções anteriores, e outras casas aparecem alinhadas ao longo da muralha norte, onde também se atestaram diversas reconstruções.

Integra desde 2016 a rota cultural “Umayyad Route”, que revela o legado da dinastia árabe Omíada (711 e 1031 d.C.), nos sete países ligados ao Mediterrâneo: Itália, Tunísia, Egito. Jordânia, Líbano. Espanha (Andaluzia) e Portugal (Algarve).

A estação é um complemento à visita ao Núcleo Museológico de Arqueologia e é de acesso e visita livres, mas também podem ser efetuadas visitas guiadas para grupos mediante solicitação atempada ao município.

Saiba mais em http://umayyad.eu